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Foto do escritorRodrigo Januario

HEMODIÁLISE NÃO É O FIM

“Descobri a insuficiência renal em 1989. Comecei a sentir uma dor de cabeça que não era normal, especialmente porque eu tinha só 16 anos.

Fui encaminhado para Rio Preto, e atendido no Hospital de Base e iniciei a diálise peritoneal, que utiliza barriga para fazer o tratamento.

Depois fiz a fístula e iniciei a hemodiálise no Instituto de Urologia e Nefrologia.

Em 1993 passei por um transplante do rim direito. Fiquei quatro anos transplantado, e tive uma vida normal, mas sempre com o acompanhamento médico.

Em 1997 o rim transplantado deixou de funcionar e eu voltei para a máquina.

Em 2003, tentei o segundo transplante, mas desta vez não tive sucesso.

Uma semana depois eu estava novamente fazendo hemodiálise.

Eu me dou bem aqui, sempre saio me sentindo bem. Digo que quem faz hemodiálise precisa ter uma memória boa, porque precisa estar atento à alimentação. E tem a questão de ter que ingerir a menor quantidade de líquido possível. A carambola, por exemplo, você não pode comer nunca.

Hoje eu já estou bastante adaptado, e quando é preciso até oriento os que estão iniciando o processo.

O meu problema é hereditário, tem uns oito homens na família que tem insuficiência renal.

Quando você descobre a doença é necessário mudar o ritmo da vida, o que não é fácil, além disso, a mudança tem que se da noite para o dia.

Hoje eu me sinto bem, e pra mim a única dificuldade da hemodiálise é a limitação de poder viajar. Isso é uma coisa que me tira um pouco a liberdade de ir e vir.

Mas durante esse tempo todo eu aprendi que a saúde deve estar em primeiro lugar.

Eu tenho algumas limitações, mas a minha vida não parou. Sei que a máquina faz a parte dela e eu tenho que fazer a minha.

Quando eu entrei aqui minha expectativa de vida era de sete anos, e eu continuo aqui.

Eu não faço hemodiálise porque eu tenho medo de morrer, eu faço porque eu quero viver. "RELATO DE UM PACIENTE RENAL CRÔNICO.


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